quinta-feira, 22 de março de 2012

Azul Pavão

                                                     Rosa Floral
                                              Azul Pavão

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Rua da Piedade

Ela caminhava com suas sandálias nas mãos...

Na sua frente nada mais era visto do que um horizonte vago e cercado por um vento que ecoava pelo céu adiante.

Ela não chorava e nem sorria, parecia que sua alma havia desaparecido ou estado vazia.
Nada ocupava seus pensamentos e conforme andava apenas as pedrinhas do asfalto pinicavam a sola de seus pés, mas nem isso a incomodava mais.

A dor e o calor da Rua da Piedade eram insensíveis ao seu tato.
 Ela só queria caminhar sem barulho  enquanto apreciava a cor alaranjada do  por do sol que permitia que a primeira estrela desse o ar da graça no céu que parecia bem mais próximo do que nos outros dias.

Olhava para cima como se esperasse alguma resposta Divina, mas nem forças para perguntar havia.
Perdida com seu vestido longo e branco, ela simplesmente caminhava pela Rua da Piedade.
Já não acreditava mais em anjos ou demônios e mal podia sentir a fome que lhe rangia o estômago por longos três dias  que ansiosamente pedia para ser abatida. Sua boca não clamava por água, pois não havia tido tempo para sentir a sede doce em seus lábios.

Ninguém e nada além de sua respiração calma e o barulho dos pássaros que iam para bem longe conforme o sol ia se pondo junto com o cheiro da Rua da Piedade lhe surpreendia... Lhe tiravam a concentração.
O ar em seus pulmões ia se purificando a cada passo e a sensação de leveza ia se tornando cada vez mais real.

Fechou os olhos e anjos sem asas lhe ampararam..... Seus pés sairam do chão enquanto a pressao de seus olhos lhe permitiam sentir vibraçoes suaves.

Achando ser alucinação e com medo que pudesse ser verdadeiro, ela abriu os olhos vagarosamente e se deparou com um arco iris gigantesco e colorido tendo atrás uma cahoeira de aguas cristalinas que faziam um barulho reconfortante.

A Rua da Piedade em qual caminhava havia desaparecido e crianças corriam em sua volta.
Crianças que como ela tambem trajavam vestidos brancos e coroas de flores.
Descalças elas a puxavam para conhecer seu novo mundo.

As risadas e brincadeiras de todas aqueles serzinhos que faziam rodas ao seu redor a levavam para um campo ainda mais florido e evoluído com margaridas, jasmim e dama da noite.

O céu azul parecia não ter fim e o arco iris que ela ultrapassava a cada cor dxava seu corpo colorido. 
Sua coroa florida estava reservada e ao ser colocada em sua cabeça, fluidos e raios saiam de suas maos.
Lá de cima, ela olhava a Rua da Piedade que mais cedo caminhara sem destino, esperando assim mais uma vez acontecer de alguém caminhar sem destino para que pudesse ajudar...

Escrito por: Monique Machado